CAU/AL cria Comissão de Equidade de Gênero

Março é o mês da mulher, um mês muito especial e relevante para a Arquitetura Alagoana. Seria insuficiente se fôssemos comemorar apenas “um” Dia Internacional da Mulher, tendo em vista o quão expressivo e significativo é o número de arquitetas atuantes aqui no Estado.

De acordo com os dados do nosso sistema, são 1959 profissionais ativos no CAU/AL, desses 72% são mulheres. O Brasil ocupa a 157ª posição no ranking de igualdade de gênero na política, conforme Banco Mundial, e registrando uma das últimas posições dos países do G-20. Na área de arquitetura e urbanismo, o cenário é parecido, uma vez que os obstáculos para a representatividade feminina se encontram principalmente nas posições políticas e de destaque nas organizações do setor.

Durante a 99ª Plenária Ordinária do CAU/AL, foi aprovada a criação da Comissão Temporária de Equidade de Gênero no CAU/AL. A comissão realizará um diagnóstico quantitativo e qualitativo sobre gênero e raça na área em Alagoas, estudo inédito e que teve como impulsionador o 1º Diagnóstico de “Gênero na Arquitetura e Urbanismo” realizado pelo CAU/BR em 2020.

Os dados do 1º Diagnóstico, apesar de não surpreenderem, pois se assemelham ao retrato da desigualdade de gênero que caracteriza a sociedade brasileira, sinalizam a urgência de se efetivar políticas e ações que primem pela igualdade em todas as instâncias da Arquitetura e Urbanismo.

No CAU/AL, algumas frentes já são lideradas por mulheres, considerando desde a data de fundação do CAU. Fomos um dos primeiros no Brasil em homenagear mulheres pioneiras, com a criação do Prêmio Zélia Maia Nobre em 2015, arquiteta e urbanista, uma das fundadoras do primeiro curso de arquitetura e urbanismo em Alagoas na UFAL.  Internamente, as mulheres coordenaram 56% das comissões ordinárias do CAU/AL. No Prêmio Zélia Maia Nobre, concurso de projetos, as mulheres representam 61% das inscrições e 48% das premiações, num processo de avaliação através de uma banca independente e sem identificação dos inscritos. No projeto ATHIS, 64% das inscrições são mulheres e 66% das selecionadas na seleção.

Apesar de muitos avanços significativos, ainda há um caminho a ser percorrido internamente (CAU/AL) e externamente (mercado e sociedade), uma vez que a média nacional das mulheres representa 64% dos profissionais ativos, os percentuais de representatividade feminina de uma forma geral ainda estão aquém de um cenário de equidade.

Formam a Comissão Temporária de Equidade de Gênero no CAU/AL: A Conselheira estadual titular do CAU/AL – Josemée Lima, Lourival Assunção, Maria Clara Rodrigues Gomes, Flávia de Sousa Araújo, Daphne Costa Besen.

Fonte: CAU/AL, CAU/BR e proposta da CTEG-CAU/AL